27 dezembro, 2016

Amigos

Gostava de chegar ao coração de todas as pessoas que me são especiais. Aos amigos com quem me cruzei por circunstâncias académicas / profissionais, aos amigos de infância, aos amigos das férias, àqueles com quem me cruzei por serem amigos de Jesus  e aos que conheci pelos mais diversos motivos.

Nem todas as pessoas que em determinada altura considerámos amigos se mantêm, mas a maioria dos que tive como amigos estão de forma definitiva no meu coração.
Porque não nos mantemos unidos? A passar férias juntos, a celebrar sempre os aniversários, a sabermos sempre o que vai no pensamento e no dia-a-dia de cada um? Porque a vida vai mudando. E hoje aceito com muita serenidade esta evidência. Há amizades que ficaram no passado porque as rotinas mudam, a vida de cada um vai seguindo um caminho próprio.. Se formos mesmo muito amigos vamos fazer tudo para estarmos juntos, pensarão alguns. Não concordo. Tenho no meu coração amizades recíprocas inquestionáveis com quem se passam meses sem haver uma palavra.
Devemos fazer para que isto não aconteça? Devemos. Como devemos ter mais tempo para os nossos filhos, pais, maridos. Como devemos organizar-nos sempre para saber definir o que é prioritário. Mas também devemos ser tolerantes com a vida e com as opções dos outros não achando necessariamente que se já não nos vimos é porque já não existe amizade..
Há amigos e conhecidos que ficam gravados de forma especial no nosso coração.
Acabei de escrever uma lista com o nome de todos e vou desejar e rezar para que tenham um ano novo repleto de saúde, paz e trabalho.



(Imagem tirada da internet)

26 novembro, 2016

Escrevi a 24

Falta um mês para a noite mais bonita do ano.
Em termos conceptuais porque para cada um de nós pode ser ou não a noite mais bonita. Há vidas e momentos tão difíceis, de tanta angustia que infelizmente não será a noite mais bonita para todos.
Ainda assim, e com todas as reservas que as generalizações devem ter, acho a noite mais bonita do ano.
Já o tempo que antecede esta noite - sendo também um tempo mágico - nos últimos anos tem-se revestido (na minha opinião), de um consumo excessivo.

Quando era pequena, a minha mãe tinha uma lista interminável de presentes por comprar. Lembro-me de a ajudar a comprar, de os embrulhar, de irmos ao comércio local e de toda a alegria desses dias.
Com o tempo, deixou-se de trocar presentes entres os adultos e eu também fui amadurecendo a forma como vejo a troca de presentes. Os gastos que implicam, o real valor dos mesmos, a obrigação versus prazer de surpreender.
Durante muitos anos, este dia foi vivido entre o cansaço do trabalho que o antecedia e a alegria verdadeira de estarmos juntos. Pais, avós, tios, primas. Que boas recordações.

Voltando ao presente e ao que me fez começar a escrever, tenho várias coisas em mente para a época que se aproxima:

14 novembro, 2016

Finais de dia que nos marcam

Chamei a Carminho 2, 3 vezes para saber se a mana se estava a portar bem. Elas no quarto, a C com o tablet e a mana a brincar. Eu dividia-me em fazer o jantar, aquecer a sopa, preparar malas, ver se havia recados, andar de divisão em divisão para perceber se estava a correr tudo bem.
Há um período ao final da tarde muito exigente para mim. Vou buscá-las à creche, às vezes ainda tenho de passar pela mercearia ou pelo Talho, chegar a casa, os banhos, o jantar, as brincadeiras, o papá que só chega entre as 19 e as 20, o sono e as birras que ao final da tarde vêm para ficar. As duas a quererem miminhos, as duas a quererem tudo e a não quererem nada... e se há dias que correm bem muito (principalmente quando as envolvo e quando tudo está organizado de véspera) outros há que são um desafio.
Ontem (dia 10/11), quando chamei a Carminho e ela não me respondeu, fiquei alerta e fui ver o que se passava.
Fiquei perplexa. A Leonor brincava lindamente a desarrumar e a espalhar tudo e a Carminho olhava para o tablet com uma atenção imensa ao que via e a chorar silenciosamente. Com beicinho, com lágrimas a cair que pareciam não querer parar. Vi que estava a ver o Patati Patatá e precisei de alguns segundos para compreender o que estava a sentir.

De repente a Carminho diz-me numa explosão de choro que os papás adormeceram a menina e foram-se embora. Fiquei ali, a ver o vídeo e a tentar perceber o que lhe ia na cabeça. Vi, revi, expliquei o melhor que pude que era a menina que estava a sonhar com palhaços e tive a certeza que conheço muito bem a sensibilidade da minha filha. Revejo-me em cada sentimento, em cada gesto.
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Há coisas nas quais gostaria que fosses muito mais forte do que eu. Noutras fico com um orgulho imenso. Minha querida filha.

O vídeo era este.

08 novembro, 2016

Sim, é verdade. Gostava muito de ser vegetariana

Há largos anos que travo uma luta interior entre comer ou não comer animais.

Já estive um período curto sem comer carne nem peixe, percebi que estava a ser muito difícil e passei a comer peixe e depois aves. Mantive-me assim cerca de 5 anos. Quando engravidei e muito estranhamente apeteceu-me pão com fiambre. Nas duas gravidezes. Comecei a abrir excepções, comi vaca uma vez e francamente caiu-me muito mal e já comi enchidos e infelizmente caiu-me muito bem.
Ainda que possa acontecer, a vaca, o porco e o coelho são animais que depois de todo este processo não tenho gosto em comer.

As conversas que já tive sobre este tema são inúmeras e invariavelmente acabam com alguém a dizer-me que não vou mudar o mundo; que temos de comer (…), que os animais na selva também o fazem (…), que as plantas também são seres vivos (…), que não faz sentido comer uns e não comer outros (…). Tudo verdade.

Com os anos tenho aprendido que não pensamos todos da mesma forma (e ainda bem!) e há formas de tornar isto mais simples. Aprendi a defender-me com o ‘não aprecio’; ‘não me apetece’ ou a colocar mais acompanhantes no prato e menos carne. Aprendi que não tenho o direito de mudar as rotinas e as ementas dos meus pais e amigos pelas minhas preferências. Aprendi que há conversas que se poderão evitar ou se ter apenas com quem goste de filosofar sobre estes temas. Aprendi que o mais normal na sociedade atual é comer animais e que a mudança vai demorar a acontecer. Animais que sentem como os nossos cães e gatos mas que por infortúnio do destino, quis a sociedade que tivessem um fim diferente.
A inteligência do Homem tem conseguido feitos notáveis que tenho esperança que também chegue à industria alimentar..
Não vou mudar o mundo nem gosto de fundamentalismos. Cá em casa não se vai deixar de comer animais – até porque há quem não prescinda de um belo bife. Mas com muita humildade, paciência e pesquisa vou transmitir às minhas filhas aquilo que acho correto, sem apontares de dedo mas com um caminho lento e firme. Se Deus quiser, quando forem crescidas, poderão fazer escolhas mais leves e igualmente saborosas, sem o peso de só conhecerem pratos de carne e peixe (…).

07 novembro, 2016

Parque da Paz

A calma no meio da cidade - parte I
O caminho para os patos

A calma no meio da cidade - parte II

Os patos a quem damos o pão que sobra cá em casa

Os primeiros passos da Nô - com 14 meses [Outubro]

A Carminho a descobrir o que há pelo chão 

A calma no meio da cidade - Parte III

10 outubro, 2016

Semana 40

A semana passada começou com alguns tropeções internos mas acabou com muita serenidade e algumas resoluções, espero que firmes.

Nem sempre consigo incluir tudo o que quero nos meus dias. Gostava de ter mais tempo para as minhas filhas, mais tempo para me dedicar ao trabalho e ao desenvolvimento de algumas competências, de estar com os meus pais sem ser sempre a correr... De estar com amigos sem ser a pensar nas tarefas que me esperam em casa... De conseguir complicar menos e descontrair mais. 
A verdade é esta: sinto-me tantas vezes a fazer equilibrismo entre todas as áreas da minha vida que na maior parte das vezes receio não me dar por inteiro a nenhuma.

A refletir sobre isto pela milésima sexta vez, percebo que estou a deixar que o pensamento e o excesso de preocupação me prejudique por dentro. 

E não quero que isso continue a acontecer. 

Quero sair do trabalho à hora que tiver de sair sem culpas, confiante de que enquanto estou, estou a dar o meu melhor - mesmo que isso signifique ser a primeira a sair todos os dias (e isto daria uma longa reflexão).
Quero ir buscar as meninas o máximo de vezes possível, e quando chegar quero estar serena e com a convicção de que cheguei o mais cedo possível - mesmo que isso signifique chegar depois das 18:00;
Quero aproveitar as duas horas que passo no trânsito de forma disciplinada sem ser ora com o telemóvel e o mundo infindável de possibilidades ora a adormecer..
Quero que esta culpa regular de sair cedo do trabalho, de chegar tarde à Creche termine. Há realidades que não posso mudar e pensar constantemente nelas só serve para me perturbar.

Se existirem preocupações constantes com qualquer coisa, quero ou (i) agir, se estiver ao meu alcance mudar algo para melhor ou (ii) ter a disciplina mental necessária para impedir que as preocupações e dúvidas se instalem.

Sobre as muitas tarefas que a vida me chama a fazer, vou colocar à vista uma frase inspiradora para não me esquecer:

"Começa por fazer o que é necessário, depois o que é possível e de repente estarás a fazer o impossível", São Francisco de Assis

Tentando aplicar também a lição "a cada dia a sua preocupação".

E é isto :)

01 outubro, 2016

A comemorarmos as Bodas de Açucar

Algumas letras levam-nos para longe, outras fazem-nos pensar, outras rir. A cumplicidade que estes músicos têm em palco é digna de ser apreciada... São serenos, espontâneos na forma como vão conversando entre si e com o público, complementam-se e 'obrigam-nos' a descontrair, a estar mesmo ali.
Gostámos muito e sentimos que esta saída valeu toda a logística que implicou, antes e depois do concerto.
Uma grande dupla!

15 setembro, 2016

Talvez exista uma razão para reflectir sobre isto

Foi na Mina de S. Domingos, em pleno Alentejo.

Foi numa casa de Turismo Rural - que escolhemos por um conjunto de acasos - que admirei, em silêncio, tantas opções de vida.

Uma mulher na casa dos trinta com um estar simples mas luminoso, uma casa rural remodelada, vários objetos antigos que voltaram a ganhar vida pelas suas mãos, vários objetos criados por si, um pequeno almoço diversificado, com pão fresco, produtos biológicos, fatias douradas com mel feitas carinhosamente enquanto nos explicava vários sabores da região. Uma mulher que além de tudo isto ainda é professora, esposa, certamente filha e amiga...

Saí a questionar-me sobre a sua capacidade de ir atrás do sonho, a sua capacidade de incluir no seu dia muito mais do que a sua profissão possibilita. Fiquei a pensar como é verdade que algumas pessoas procuram mesmo chegar ao seu propósito, àquilo que as impulsiona a agir, à capacidade que temos de gostar e pôr em prática várias coisas.

Passado quase um mês ainda tenho a sua voz e pronuncia na memória e ainda vejo como é inspirador a alegria das pessoas que encontram nas tarefas do dia a dia o seu propósito, o seu adn.


04 agosto, 2016

Onde guardamos os dias especiais?

Acordámos cedo, como sempre. Mesmo com quase tudo preparado na véspera olhámos para o relógio e eram 10 horas. O J. foi buscar a nossa querida fotógrafa ao local combinado e eu fiquei a vestir a Leonor. Estava cheia de pintinhas e resistiu a tudo: fralda, vestido, mini lacinho.
Estava sozinha com as duas, ainda em pijama e a Leonor não queria comer. Aparentemente era tudo igual a tantos domingos. Os 4 a caminho da Eucaristia em passo apressado. 
Lembro-me dos detalhes e fico com um sorriso no coração. Tudo tão natural, nada preparado, as leituras que nos convidavam ao despojamento, os rostos de sempre, o coração cheios de amigos presentes e ausentes.
Tal como a Carminho, a L foi baptizada a dormir. O Padre sempre com um sorriso e com as palavras certas.
Depois de sairmos e de todos irem dispersando, desci as escadas em direcção a casa com a Leonor ao colo e uma emoção enorme dentro de mim. Já tinha Baptizado a minha bebé. [31  Julho 2016]

14 julho, 2016

Coisas que nos surpreendem e nos enchem o coração #4

Ontem ao jantar conversámos sobre as férias. Explicámos à Carminho o que vamos fazer, quanto tempo falta, o que significa... Ficou entusiasmada, fez muitas perguntas e dormiu tranquila.
Hoje assim que acordou veio em grande euforia ter comigo e perguntou:

- Mamã, já estamos de férias?

- Não filha, ainda falta 1 mês... 

:)

25 junho, 2016

Uma festa especial

O Baptizado da doce Leonor está marcado e ainda que tenhamos esperado este tempo todo para o celebrar em conjunto com o 1º aniversário, acabámos por antecipá-lo 3 dias. Faremos duas festas diferentes e todos ganhamos com isso! {uma grande e uma mini mini :)}

Como as listas vieram para ficar na minha vida, escrevi alguns pontos a seguir para preparar o próximo dia 31 de Julho!

Não necessariamente por esta ordem, mas partilho alguns pontos a considerar:

1. Escolher os padrinhos e convidá-los (o convite foi muito simples mas a madrinha fez questão de o tornar inesquecível. Ficámos com o coração enternecido <3)
2. Fazer uma lista de todas as pessoas que gostaríamos que estivessem presentes (ou todas as que entendemos convidar - por razões de orçamento, logística ou outras)
3. Marcar o dia, ver disponibilidade na Igreja e perceber que papéis são necessários apresentar. Fazer preparação, se necessário.

13 junho, 2016

125 anos dos Bombeiros de Cacilhas

Estávamos em Agosto. O mês que a Leonor escolheu para nascer.
Era hora de jantar e tudo aconteceu de forma impercetível. À mesa de jantar, todos perto uns dos outros: eu com a Leonor ao colo, a Carminho sentada numa cadeira das nossas e o pai por perto.

A Carminho estava a ajeitar-se na cadeira, com uma perna à chinês, a roupa fê-la escorregar, o pé prendeu e caiu para o lado, sem qualquer proteção. Penso neste momento e ainda hoje congelo por dentro. Estava ali ao lado a dar colo à Leonor e não consegui fazer nada. Foi um ápice.

Nos segundos seguintes, a Carminho ao colo do pai e cheia de sangue fez-me entrar em modo de sobrevivência e ter um discernimento que não sei onde fui buscar.

Peguei-lhe, tentei acalmá-la, coloquei-lhe uma fralda na testa que a tornou muito queixosa, cantei baixinho, embalei-a e liguei aos bombeiros com uma confiança imensa de que me ajudassem (o papá estava muitíssimo nervoso e o facto da Leonor ter poucos dias de vida não me davam muitas alternativas...).

Não me lembro se demoraram ou não. Lembro-me de os ter recebido na sala e de terem em minutos começado a tentar descontrair a Carminho. Fizeram-lhe um boneco com uma luva de silicone; um penso à Minnie e tentaram limpar a testa e estancar o sangue da forma que a Carminho permitiu...

Aquelas duas pessoas foram extraordinárias. Não me lembro dos seus nomes mas tenho bem presente a amabilidade com que nos trataram, o carinho, a disponibilidade e a forma como tão bem se colocaram no nosso lugar.

Não foi a primeira vez que os bombeiros “me salvaram”. Em todas as vezes superaram as expectativas. Em todas as vezes fiquei eternamente grata.



07 junho, 2016

Para me lembrar I

[Porque hoje preciso de reflectir sobre este texto]

A falsa sabedoria deste mundo, que na realidade é loucura (1Cor 3,19), pronuncia-se sem compreender o que diz, considerando bem-aventurados «os filhos do estrangeiro, cuja boca só diz mentiras, e cuja direita jura falso», porque os celeiros deles «estão fornecidos com todas as espécies, os seus rebanhos multiplicam-se aos milhares, em dezenas de milhares os seus campos» (Sl 143,11-13). Mas todas estas riquezas são incertas, a paz deles não é a paz (Jer 6,14), a alegria deles é estúpida. Pelo contrário, a Sabedoria de Deus, o Filho por natureza, a mão direita do Pai, a boca que fala verdade, proclama felizes os pobres, que estão destinados a ser reis do reino eterno. Ele parece dizer: «Procurais a bem-aventurança, mas ela não se encontra onde a procurais; correis, mas correis fora do caminho. Eis o caminho que conduz à felicidade: a pobreza voluntária por minha causa, é esse o caminho. O reino dos céus em Mim, eis a bem-aventurança. Correis muito, mas mal; quanto mais depressa avançais, mais vos afastais da meta.»


Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermão 1, de Todos os Santos
Evangelho Quotidiano 06/06/16

20 maio, 2016

Coisas que nos surpreendem e nos enchem o coração #3

Veio ter comigo agora mesmo, de chucha, bebé ao colo, caracóis desalinhados e uma voz doce:

- Bom dia meu amor.

- Mããe. O castigo já passou?
- Sim, filha.
- Posso ver o IPad?

(...) 

15 maio, 2016

Fomos ao cinema!

Há 3 anos que não íamos ao cinema. Ontem, de forma calma e concertada tentei que tudo se alinhasse para podermos jantar e ter um programinha a dois.

Foi possível (e acredito que é possível conciliarmos as várias áreas da nossa vida de forma equilibrada) mas nesta fase, em que há uma bebé e uma menina tão pequena, uma saída a dois não é assim das coisas mais fáceis de concretizar... Obriga a uma gestão delicada, aos meus pais virem para nossa casa ao fim de um dia de trabalho, de convencer a Carminho que a mamã e o papá vão ao cinema "porque precisam", da gestão da maminha, das rotinas que se alteram e de não sabermos o que a Carminho vai pensar sobre isso.

Acho que é saudável cuidarmos do casal, é bom redescobrirmos o nosso cônjuge depois de tanto tempo mergulhados no mimo e na paixão que são os nossos filhos. Ainda que muito bom, sei que não é a minha natureza ter este equilíbrio (e a prova é que todos os nossos programas têm sido a 3 e agora a 4) mas houve uma momento a semana passada que me fez este click...

Apenas um testemunho positivo, de uma pessoa casada, com uma família numerosa :), muitíssimo exemplar do ponto de vista profissional e que tem tempo para estes programas e muito mais... Cada caso é um caso e as circunstâncias de vida fazem obviamente que façamos escolhas diferentes... mas gostei de me ter sentido desafiada a sair do meu comodismo de estar sempre em modo família [que é tão bom...].

E é mesmo verdade que precisamos de cuidar um do outro para melhor cuidarmos dos nossos filhos.

Para o mês que vem há mais, se Deus quiser!

A

11 maio, 2016

Ir às compras sem stress já é possível

Nos últimos 3 anos, ir a um centro comercial ou a qualquer outro sítio que obrigue a compras, tempo e muita confusão tem sido uma missão quase impossível. 

. Ou porque vamos os 4 e pelo percurso a Carminho aborrece-se e faz birra;

. Ou porque nos cruzamos com amigos e o tempo que tínhamos para as compras passou e chega a hora do almoço ou jantar;

. Ou porque vou na hora em que as meninas estão a fazer a sesta, ao fim de semana, e há demasiada confusão para mim;

. Ou tento sair sozinha num horário que me seja conveniente mas não consigo convencer a Carminho a ficar em casa e acabo por não sair.

Há dois dias que adiava a ida ao Fórum e não podia mesmo passar de hoje. A Carminho passou o fim de tarde com os meus pais. Pedi que só a viessem trazer depois de lhes confirmar que já tinha saído. Deixei o jantar preparado, a Leonor quase a dormir... E funcionou. O Fórum estava tranquilíssimo e as rotinas quase não se alteraram.

Não é para o fazer com frequência mas será certamente um método a repetir ;)

A

07 maio, 2016

9 meses

Há tempos pensava quando foi a primeira vez que a Carminho deu os primeiros passos, quando é que vieram os primeiros dentes, quando é que começou a gatinhar. Não me lembrava. Tive de fazer um esforço mental enorme e recorrer a algumas associações mentais para me lembrar.

Esta semana apareceu o primeiro dentinho da Leonor. Está desconfortável e pela primeira vez não adormece facilmente e a maminha não a acalma.
Recordei-me da Carminho também assim e de pouco tempo depois de terem saído os dois dentes de baixo ter deixado progressivamente de mamar...

As memórias são doces, geram sorrisos e, embora o cansaço muitas vezes se imponha, ele passa e a memória é preenchida de amor, de gratidão e muita vontade de sermos sempre o porto de abrigo dos nossos... 

Tenho andado com a sensibilidade à flor da pele. Não sei se as alterações hormonais ainda servem de desculpa ou se é mesmo a consciência a lembrar-me tantas vezes do quão injusto é o mundo. E do pouco que eu posso fazer para o melhorar.

Vou tentar aproveitar o fim de semana <3

01 maio, 2016

Dia da Mãe


As minhas filhas próximo de mim, ouvir-lhes o respirar e ver a forma como mesmo a dormir procuram tanto aconchego. Ter duas crianças com idades tão próximas enche-me de alegria por diversos motivos mas aquele que me ocorre no imediato é o imaginar a companhia que farão uma à outra; de poderem crescer e partilhar as descobertas, as dúvidas, as conquistas, as tristezas e alegrias.
Ser mãe é elevar ao máximo a nossa capacidade de nos darmos ao outro, de nos superarmos, de nos reinventarmos.
Ser mãe de duas meninas tão meigas, tão conquistadoras do meu colo, do meu abraço. Que grande bênção. Como desejo estar sempre presente nas suas vidas..
Ultimamente, quando brinco com a Carminho é ativada a doce lembrança do que a minha mãe fazia comigo. Dizem que a ela é uma mini Ana e começo a achar que é em muito mais do que se vê...
Ser mãe é mesmo a melhor de todas as prendas :)
Parabéns a nós!

26 abril, 2016

Coisas boas do fim-de-semana #1

1. Ter feito um jantar de aniversário que estava delicioso (talvez tenha sido sorte de principiante já que foi a primeira vez que o fiz);

2. Ter cantado os parabéns à minha filha três vezes (com bolo, entenda-se) - e sempre com a mesma alegria;

3.Ter estado com muitas pessoas queridas numa festa preparada para a Carminho;
{ainda que por uma questão de espaço não pudesse ter estado com todos os que gostaria};

4. Ter recebido um vídeo lindíssimo cheio de fotos destes últimos 3 anos;

5. Ter estado em duas Eucaristias e em ambas sentir o quanto preciso dAquele momento;

6. Ter feito uma viagem que queria fazer desde que a Leonor nasceu;

7. Ter feito pela primeira vez a Via Sacra em Fátima;

8. Ter partilhado o feriado com amigos que ganhei nestes últimos 5 anos e que enriquecem muito as nossas vidas; 

9. Termos escolhido quem gostaríamos de ter para padrinhos da Leonor;

10. Ter estado sol e bom tempo.

Que fim de semana TÃO BOM :)

22 abril, 2016

Parabéns Carminho!

Neste dia, há 3 anos atrás, estava longe de imaginar a riqueza que é a maternidade. Já sabia a intensidade do amor, recebida pelos meus pais e observada tantas vezes noutras famílias. Mas experimentá-lo é diferente. 

Viver este amor todos os dias transporta-nos para um desejo profundo de darmos o melhor de nós mesmos, de fazermos tudo para que os nossos filhos se sintam profundamente amados, de nos superarmos e de lhes transmitirmos a proteção e a Paz que gostaríamos que fosse sempre intocável.

Este último ano foi apaixonante. Guardo num cantinho do coração todas as coisas tristes mas hoje (como quase sempre), só me posso sentir grata e feliz.

As nossas meninas crescem com saúde, são tranquilas, conseguimos esquecer e relativizar as birras :), temos momentos em que somos os 4 crianças e sabemos serem uma alegria para os avós.

Temos aprendido a ter mais cuidado com as palavras, com a oportunidade das conversas e ficámos surpresos muitas vezes com a espontaneidade e a forma como a Carminho nos interpelou. 

A verbalização dos primeiros pensamentos, os raciocínios mais elaborados, a velocidade da aprendizagem, a vontade própria, o gosto de se olhar ao espelho, o querer fazer o que a mãe faz, a vontade de ajudar e mostrar que é crescida ao pé da mana, o reproduzir o que nós fazemos - e espelhar as nossas distrações... :-)

A Carminho cresceu e evoluiu imenso entre os 2 e os 3 anos. E é absolutamente maravilhosa.

Com um desejo gigante de poder continuamente agradecer e entusiasmada com as surpresas que temos preparadas :-)

A

25 março, 2016

Quando cada minuto podia corresponder a uma hora...

As últimas duas semanas foram muito intensas. Tive a enorme alegria de poder abraçar a minha tia e os meus primos que vivem tão longe mas que os sinto tão perto. Em cada olhar, em cada palavra e em cada gesto sentimos amor. Estamos meses (ou anos) sem nos ver e parece que estivemos sempre juntos. Esta visita foi tão importante quanto difícil e a alegria de nos vermos não conseguiu compensar a tristeza de sabermos que a vida nem sempre é justa e que nem sempre é como gostaríamos que fosse.

Senti-me numa espiral de sentimentos que tentei não demonstrar. Julgo que toda a família o fez - para nos fortalecermos e para ajudarmos a minha tia.. Não ouvi as gargalhadas e brincadeiras de outros tempos (que deixam muitas saudades!) mas vi uma mulher com muita coragem, que aprendeu a aceitar, que continua determinada e com um sorriso fácil. Uma mulher que amo de verdade.


Cada vez tenho mais noção do quão importante é cuidarmos do nosso ser com carinho e respeito, sermos vigilantes, procurarmos a paz, a alegria e não termos dificuldade em mostrar a nossa estima uns pelos outros. As boas palavras e os bons gestos servem para tornarmos a vida uns dos outros mais leve.

10 março, 2016

Amanhecer mais cedo


Parece mentira. Acordei às três da manhã para dar maminha à Leonor e não voltei a dormir. Estava tão contente por voltar a ter telemovel (depois de 3 dias quase incontactável) que foi o suficiente para despertar. Estive na internet sem interrupções, a usufruir do meu tempo e do silêncio. Houve quem recebesse e-mails meus a essa hora..
Quase às seis horas deitei-me um bocadinho. Fiquei a vê-los dormir, ouvia o respirar dos três e contemplei e agradeci a vida que temos.
Senti que  foi um tempo precioso... (Mas agora estou muito cansadinha)

08 março, 2016

A 1ª ida ao Teatro

Este fim‑de‑semana as nossas crianças foram pela primeira vez ao Teatro. 
Quando soube que ia estar em cena a Branca de Neve e os 7 anões não pensei duas vezes. A Carminho conheceu a história na creche, canta a musica dos anões, diz que não gosta da rainha má e explora muitos detalhes da história.

A peça era para crianças do 1 aos 5 anos, foi numa sala pequena (mas muito composta) e os actores eram muitíssimo sensíveis. Ficámos na segunda fila e a Carminho assim que entrou quis colo. Depois quis sentar-se ao colo da mãe e abraçou-me virando as costas para os actores (a um passo de nós..). Não me surpreendeu. Ela já deu muitas provas de não ser muita destemida. Gosta de ver, de sentir segurança e só depois usufruir. Não pressionei nada. Fui lhe dando tempo, miminhos, foi começando a olhar, pouco a pouco e às tantas já estava virada para a frente a bater palmas. 

É incrível observarmos com atenção a reacção das crianças e pensarmos o que se passará na cabeça deles. Quando aparecia a rainha a Carminho manifestava-se sempre. Não gosta dela e não a quer ver. Tão pequenina e teve exactamente a mesma atitude que eu tenho em relação a partes de filmes que saiba que não vou gostar...
Estou desejosa de ir uma segunda vez para ela ganhar confiança. 
A programação vê-se aqui

02 março, 2016

A precisar de férias

Há dias em que precisava de parar o tempo e (re)organizar imensas coisas que se vão acumulando, atrapalhando e dificultando o nosso dia-a-dia.

Os dias têm 24 horas para todos mas não há dúvida que a gestão que cada um faz deste tempo é diferente!

Há pessoas muito rigorosas que conseguem tirar horas ao sono, e incluir mais e mais tarefas, que planeiam tudo ao pormenor, que autoimpõem prazos para terem os melhores níveis de eficiência possíveis.

Há pessoas que têm ajuda extra (familiar ou outra) e – principalmente, quando é familiar – têm um bem valiosíssimo.

Há quem tenha de se desenvencilhar sozinho e consegue fazer muito!

Acredito que em todos os perfis é possível ser se eficiente mas é indiscutível que todos enfrentamos níveis de dificuldade diferentes (e por isso, procuramos soluções/alternativas diferentes).

Também devido a estas particularidades, a motivação, disponibilidade, desembaraço e cortesia são diferentes de pessoa para pessoa. [Mais uma boa razão para não julgarmos os outros].

No meu caso, acho que em diferentes momentos toco todos os perfis. Mas o que me leva a pensar neste tema é que há muito tempo que não me permito estar sem fazer nada; apreciar o que me é dado a viver em cada momento; sentir a leveza de quem sabe não ser importante ter tudo sobre controlo...

No momento em que escrevo, sei que preciso de ir ao supermercado; preciso de comprar presentes (já em falta há alguns dias); organizar a roupa (muita!); preciso de cumprir a check list que tenho na agenda com coisas simples mas que não podem ser esquecidas e tratar de banhos, jantar e afins...

No momento em que escrevo, tenho a convicção de que quero ter inícios e finais de dia mais tranquilos e de que preciso sintonizar os meus horários, exigências e rotinas àquilo que é minha essência.

22 fevereiro, 2016

Coisas que nos surpreendem e nos enchem o coração #2

Às 06:30 hoje, as duas a tomar banho...

- Mamã o que tens nos olhos?
- É rímel filha, está a sair...
- Quando for crescida não quero rímel...

Passado um bocadinho, aos saltos na cama disse-lhe que se não parasse a punha de castigo.

Penteei-a e ela foi para a sala, pensava eu brincar...

Fui lá, estava sentada no sofá semi virado para a parede e eu perguntei:

O que estás a fazer:
- Estou de castigo.

Carminho - 2 anos e 10 meses
18.02.2016


18 fevereiro, 2016

Bodas de Coral [14.02.2016]

Hoje celebramos o meu aniversário, o vosso aniversário de casamento e o dia de S. Valentim. As coisas não acontecem por acaso e por alguma razão este dia é dedicado ao amor.
Fazer 33 anos é muito bom. Por termos saúde, por estarmos juntos e pelas crianças que vieram dar muita alegria aos nossos dias. Sinto-me abençoada pela vida que tenho tido e pelas pessoas que Deus tem posto no meu caminho.

Mas hoje queria falar de vocês. Cairia num lugar comum se dissesse que são os melhores pais do mundo. Para cada filho os seus pais serão sempre os melhores.. O que queria dizer-vos é que agradeço verdadeiramente por me terem mostrado sempre o que é o amor. Por serem sempre tão meigos um com o outro. Por terem aprendido a gerir as vossas diferenças complementando-se e por me terem mostrado que estariam sempre aí qualquer que fosse o meu caminho. Por me terem ensinado a dizer sempre a verdade. Sei que houve algumas verdades inconvenientes e sei que nem sempre é fácil dar espaço aos filhos para crescerem.
Estiveram sempre. Aprendemos juntos a crescer.

Uma relação duradoura e serena como a vossa nem sempre é fácil e consigo encontrar algumas pedras pelo caminho. Mas a vossa perseverança, paciência e dedicação um ao outro ultrapassaram tudo.
Sinto o vosso amor todos os dias. Nas preocupações, conversas, na voz trémula do pai quando fui para a maternidade ou nas lágrimas que conteve quando deixei a Carminho pela 1ª vez na creche.
E em ti minha querida mãe, só depois dos 30 consigo compreender porque choravas quando eu ia de férias para Meã :-)

Guardo religiosamente tantas e tantas memórias de afetos, sorrisos, cheiros, abraços.

Obrigada meus queridos e Parabéns por estes 35 anos.



09 fevereiro, 2016

Uma Caixa de Primeiros Socorros das Emoções - I

"Evitar uma emoção difícil significa esconde-la debaixo do tapete, disfarçar o mal-estar, exigindo-nos continuar em esforço.
As emoções difíceis trazem-nos mensagens/informações sobre as nossas necessidades emocionais de modo a que nos adaptemos melhor ao meio, ao contexto. Uma vez descodificadas estas mensagens, há uma sensação grande de harmonia. (...)
Quando ignorada, a emoção desconfortável não fecha o seu ciclo e cristaliza, solidifica em termos cerebrais. Logo, a memória dessa experiência é armazenada desordenadamente, como uma caixa que deixamos no meio da sala e onde tropeçamos sempre ao entrar."

In Uma Caixa de Primeiros Socorros das Emoções

21 janeiro, 2016

À espera de dias melhores

(imagem tirada da internet)
Ser mãe de segunda viagem não é mais fácil mas tem se mais confiança no que se faz, aprendemos a relativizar e a criar automatismos que ajudam no dia-a-dia. Esta semana foi assim. Desde sábado que a pequena C está com febre. Ficou em casa 3 dias seguidos depois do fim-de-semana. Depois passou à mana o bicharoco, melhorou e foi para a escolinha. A mana ficou doente, pediu colo o tempo todo e já passaram dois dias. O colo dado sem pressas, sentir o cheiro, o respirar, o olhar que nos procura é inesquecível.

Estamos com Benuron, soro no nariz qb, muita água, Muconatural para a tosse da Carminho e Neosinefrina (em SOS)
É verdade que a médica está à distância de um telefonema, mas este quadro já me teria feito ir às urgências quando só tinha a Carminho.. Agora as exigências do dia-a-dia são outras e sabemos que (não havendo sintomas adicionais) devemos esperar 3 dias de febre antes de tomar medidas mais sérias.

Custa muito vê-las assim. Ficam tristinhas, quebram-se rotinas, as tarefas domésticas esperam por dias melhores e temos de redobrar paciência.

Que bom ainda estar de licença de maternidade para cuidar das meninas com a atenção que merecem.

11 janeiro, 2016

Ai Janeiro, Janeiro... Que intenso estás a ser...


A adaptação da Leonor à creche;
As primeiras sopinhas;
O regresso ao trabalho; 
Incertezas;

E uma viagem tão necessária e tão difícil de concretizar.

Desejosa que chegue dia 20 {quem me manda ser menina do papá? :)}. A rezar para que tudo corra bem...



Imagem tirada da internet

07 janeiro, 2016

O nosso cérebro não consegue estar grato e infeliz ao mesmo tempo. Portanto vamos preenchê-lo com esta dimensão da gratidão. 



(imagem tirada da internet)
Ouvido aqui.

02 janeiro, 2016

Coisas que nos surpreendem e nos enchem o coração #1

"Papá! 
O padre Afonso deu um beijinho à Nana! 
O padre Afonso é muito amigo!"

Carminho - 2 anos e 8 meses

Obrigada 2015

Em jeito de balanço olho para este último ano e fico com a certeza que foi o ano mais feliz e o ano mais exigente da minha (nossa) vida. Houve notícias que custaram muito a receber, há um mundo cada mais inseguro e inquietante, há um contexto profissional incerto. Mas o nosso ano foi abençoado com a nossa querida Leonor que veio tornar os nossos dias mais completos.



E se tivesse de escolher uma palavra para o meu ano seria sem dúvida gratidão.