Questiono-me
sobre o que fazer para sentir a vida a passar mais devagar.
Para usufruir
mais das 2/3 horas diárias que tenho as minhas filhas acordadas comigo.
Gerir melhor os
tempos de espera, as horas de trabalho, a concentração, as pausas, as tarefas
domésticas, o descanso.
Ao mesmo tempo
que me tento reconstruir para viver a vida com atenção plena, tento também não
ficar completamente desatualizada com o que se passa no mundo digital. Este
mundo que mudou a forma como nos relacionamos com os outros e que nos aproxima
e distancia num paradoxo cujas consequências são difíceis de prever.
Sinto-me um
bocadinho mal resolvida com este tema, em particular com as redes sociais.
Por um lado
gosto de aceder, de poder acompanhar amigos que raramente vejo, família tão
distante e que me preenche tanto o coração. Mas onde estão os limites?
Que necessidade
e sensação estranha é esta de “involuntariamente” acharmos que precisamos de
estar sempre online?
Será que as
histórias que lemos, os vídeos, as solicitações, opiniões, pedidos e afins não
causam prejuízo ao nosso equilíbrio e bem estar emocional? Quantas vezes não
mudamos de assunto sem que o nosso cérebro tenha assimilado minimamente o que
despertou inicialmente a nossa atenção.
Sei que as
vantagens destas redes são várias, muito em particular para quem tem serviços e
produtos para oferecer. Mas acho importante que cada um avalie o tempo e a
importância que cada um dá à forma como se relaciona com estas plataformas.
Quanto tempo por
dia? O que perdemos enquanto estamos “ligados”? Que sensações nos provoca esta
utilização? A quem e de que forma queremos chegar com a nossa presença online?
Como nos sentimos a acompanhar as partilhas que lemos (dos nossos amigos e as
que são patrocinadas)? Quando fazemos partilhas, temos expectativas para as
mesmas?
O importante,
definitivamente, é que cada um se sinta bem com as suas escolhas. Eu hoje
escolhi eliminar a aplicação do Facebook do meu telemóvel. Uma decisão não
planeada mas fruto do que tenho sentido nos últimos dias. Preciso de ocupar o
meu tempo a caminho de casa de formas que já ocupei. Com mais leitura, com mais
atenção aos outros, mais planeamento das horas seguintes e a olhar para o que
me vai no coração.