22 maio, 2018

Inquietações


Questiono-me sobre o que fazer para sentir a vida a passar mais devagar.
Para usufruir mais das 2/3 horas diárias que tenho as minhas filhas acordadas comigo.
Gerir melhor os tempos de espera, as horas de trabalho, a concentração, as pausas, as tarefas domésticas, o descanso.
Ao mesmo tempo que me tento reconstruir para viver a vida com atenção plena, tento também não ficar completamente desatualizada com o que se passa no mundo digital. Este mundo que mudou a forma como nos relacionamos com os outros e que nos aproxima e distancia num paradoxo cujas consequências são difíceis de prever.
Sinto-me um bocadinho mal resolvida com este tema, em particular com as redes sociais.
Por um lado gosto de aceder, de poder acompanhar amigos que raramente vejo, família tão distante e que me preenche tanto o coração. Mas onde estão os limites?
Que necessidade e sensação estranha é esta de “involuntariamente” acharmos que precisamos de estar sempre online?
Será que as histórias que lemos, os vídeos, as solicitações, opiniões, pedidos e afins não causam prejuízo ao nosso equilíbrio e bem estar emocional? Quantas vezes não mudamos de assunto sem que o nosso cérebro tenha assimilado minimamente o que despertou inicialmente a nossa atenção.
Sei que as vantagens destas redes são várias, muito em particular para quem tem serviços e produtos para oferecer. Mas acho importante que cada um avalie o tempo e a importância que cada um dá à forma como se relaciona com estas plataformas.
Quanto tempo por dia? O que perdemos enquanto estamos “ligados”? Que sensações nos provoca esta utilização? A quem e de que forma queremos chegar com a nossa presença online? Como nos sentimos a acompanhar as partilhas que lemos (dos nossos amigos e as que são patrocinadas)? Quando fazemos partilhas, temos expectativas para as mesmas?
O importante, definitivamente, é que cada um se sinta bem com as suas escolhas. Eu hoje escolhi eliminar a aplicação do Facebook do meu telemóvel. Uma decisão não planeada mas fruto do que tenho sentido nos últimos dias. Preciso de ocupar o meu tempo a caminho de casa de formas que já ocupei. Com mais leitura, com mais atenção aos outros, mais planeamento das horas seguintes e a olhar para o que me vai no coração.