14 janeiro, 2018

Bem-vindo 2018 (com pequeno balanço)

As notificações do blog indicam-me que não escrevo há mais de 100 dias. Parece tanto e foi tão pouco. Os nossos dias sempre ocupados, a acompanhar o crescimento de duas meninas maravilhosas que nos enchem o coração mas também nos testam os limites, a paciência, nos obrigam a ser criativos, umas vezes permissivos, outras tantas limitadores. A educação, o mimo, as cedências, a motivação, as rotinas, a alimentação, as regras, as relações, a amizade, o amor. O amor.

Setembro
Mudámos de casa com tudo o que isso implica. Uma mudança para melhor em alguns aspetos, exigente noutros.

Outubro
Não dei pelo mês passar. Tive uma experiência de voluntariado que me marcou bastante na Comunidade Vida e Paz.
Estava ansiosa e expectante de que esta experiência despertasse em mim o cumprimento de um certo propósito.
Quando fui, senti um bocadinho de orgulho da ação que estava a tomar. E sentia (continuo a sentir) esta necessidade de dar mais aos outros.
Foi à noite e quando terminou a volta, eram próximo das 2h, eu estava com dores de cabeça, nas costas e uma grande vontade de chegar a casa. Mas estava feliz por ter chegado ali e identifiquei-me com o altruísmo das pessoas com quem me cruzei.
Os gestos, os olhares, os cheiros, os sítios. As arcadas que estão a ser fechadas com grades para afastar os sem abrigo, uma Igreja por onde dormitavam várias pessoas, um sem abrigo que urinava demasiado próximo dos outros que dormiam, um senhor que chamava de mãe a uma voluntária, dois ou três casais que se aconchegavam um no outro; alguns idosos, alguns cães, todos com um rosto e uma identidade. 120 ceias.
A noção de que existe a CVP a passar pelos sem abrigo com que me cruzo diariamente ajuda-me a serenar o coração.
A propósito de coração, foi ele que me conduziu à Comunidade e também foi ele que me disse que não é o momento certo para me disponibilizar para este compromisso.
A Instituição faz um trabalho notável e em Dezembro a RFM deu-lhe visibilidade com a Campanha “tenha um Natal a meias”.

Novembro
Procurei sintonizar-me mais com a minha essência. Nem sempre é fácil sermos fiéis a nós mesmos mas acho isso TÃO importante. Se vivemos com as expectativas e referências dos outros, por muito bem intencionadas que sejam, acabamos por não nos sentir completos. É importante conhecermo-nos bem - para melhor sabermos corresponder com as nossas necessidades. Este é um caminho sempre incompleto mas que procuro trilhar.

Dezembro
O mês de excelência para a família, para nos recolhermos.
Tive várias decisões a propósito desta época sendo a mais objetiva a redução de presentes. Muito haveria aqui a acrescentar. O que é o mais importante desta época? Onde investimos o nosso tempo? De que forma nos dedicamos aos outros durante todo o ano? Como vivemos as celebrações desta quadra? (...)

A Nô fez 2 anos e 4 meses e a Carminho 4 anos e 8 meses. Deixei de contar os meses há algum tempo mas achei curioso neste mês a mana mais crescida ter exatamente o dobro da idade da Nô.
São tão cúmplices e tão diferentes. A Carminho gosta de beijinhos suaves e colinho, a Leonor de olhares marotos e desafios.  Preenchem o meu coração de forma transcendente e fazem-me questionar tantas coisas. Todos os dias, sem exceção, penso que gostava de estar mais tempo com elas.

O que mais desejo para este ano é que tenhamos saúde, inteligência e vontade para ordenarmos tudo na nossa vida para o amor.

Um feliz ano novo a todos.

Bjo. A.


1 comentário:

Supimpona disse...

Feliz Ano 2018 :)
Gostei do balanço. Identifico-me com algumas coisas ;)
Beijinhos