15 agosto, 2015

O Regresso a Casa - 05.08.2015

No dia a seguir ao nascimento da L. – e contra a vontade do papá – a mana foi visitar-nos. 
Estava com muitas saudades, tinha-a deixado a dormir a sesta com os avós no dia anterior sem saber que quando nos víssemos já seríamos quatro.

Fui buscá-la à porta do quarto para que tudo pudesse decorrer da forma mais serena possível mas senti logo que ela estava muito excitada. Perguntou O que é isto? vezes sem conta e mostrou-se inquieta todo o tempo. O meu bebé grande. Dois anos de tanto mimo, colo, cumplicidade, dedicação. Senti um enorme peso em como me conseguiria dividir a partir daquele momento.


Só lhe dei atenção a ela, mas por muito que tornássemos o ambiente o mais familiar possível era tudo novidade e estranho. O coração fica tão grande quanto pequeno, a nossa vigilância é constante e realizei que a nossa vida seria mesmo muito diferente. 

Em algumas leituras que fiz sobre o regresso a casa, lamentei não ter lido este artigo mais cedo:

http://www.paisefilhos.pt/index.php/opiniao/mario-cordeiro/5943-quando-nasce-um-irmao 
Tem referências importantes como:

"Ver o bebé ao lado da mãe, designadamente a mamar, pode ser complicado porque detecta, em todos os movimentos e expressão da mãe, a paixão desta pelo bebé. Será também assim em casa, mas num ambiente externo, que não compreende totalmente e em que a sua presença é limitada, o choque pode ser maior..."

"Mesmo que, durante a visita, tudo possa até correr bem, com o novo mano a um canto, sem ocupar demasiado espaço na relação, há um momento “fatal”, em que, sabe-se lá porquê (nem nós adultos, percebemos muito bem), a mãe “farta-se da criança e a expulsa do quarto”, e o pai “colabora arrancando-a da mãe e levando-a para longe”, deixando a mãe sozinha com o bebé..."

"Um aspecto a considerar é que os pais, no nascimento, devem viver uma enorme intimidade com o bebé que nasceu, pelo que a presença dos outros filhos pode ser uma intrusão nessa intimidade, já de si tão alterada e tão curta. O bebé recém-nascido “merece” um tempo de paixão só para si…"
{A forma como gerimos o dia seguinte não foi perfeita mas foi a melhor que conseguimos.. Estamos em contante aprendizagem e por isso acho que temos de ser tolerantes connosco e com os outros.
Passaram quase duas semanas e a C. já compreende muitas coisas. Dá muitos beijinhos à mana, percebe que tem de mamar, dá-lhe colo, ajuda a mudar a fralda. Do alto dos seus dois anos, tem um sentido maternal irrepreensível.}


Sem comentários: