25 março, 2016

Quando cada minuto podia corresponder a uma hora...

As últimas duas semanas foram muito intensas. Tive a enorme alegria de poder abraçar a minha tia e os meus primos que vivem tão longe mas que os sinto tão perto. Em cada olhar, em cada palavra e em cada gesto sentimos amor. Estamos meses (ou anos) sem nos ver e parece que estivemos sempre juntos. Esta visita foi tão importante quanto difícil e a alegria de nos vermos não conseguiu compensar a tristeza de sabermos que a vida nem sempre é justa e que nem sempre é como gostaríamos que fosse.

Senti-me numa espiral de sentimentos que tentei não demonstrar. Julgo que toda a família o fez - para nos fortalecermos e para ajudarmos a minha tia.. Não ouvi as gargalhadas e brincadeiras de outros tempos (que deixam muitas saudades!) mas vi uma mulher com muita coragem, que aprendeu a aceitar, que continua determinada e com um sorriso fácil. Uma mulher que amo de verdade.


Cada vez tenho mais noção do quão importante é cuidarmos do nosso ser com carinho e respeito, sermos vigilantes, procurarmos a paz, a alegria e não termos dificuldade em mostrar a nossa estima uns pelos outros. As boas palavras e os bons gestos servem para tornarmos a vida uns dos outros mais leve.

10 março, 2016

Amanhecer mais cedo


Parece mentira. Acordei às três da manhã para dar maminha à Leonor e não voltei a dormir. Estava tão contente por voltar a ter telemovel (depois de 3 dias quase incontactável) que foi o suficiente para despertar. Estive na internet sem interrupções, a usufruir do meu tempo e do silêncio. Houve quem recebesse e-mails meus a essa hora..
Quase às seis horas deitei-me um bocadinho. Fiquei a vê-los dormir, ouvia o respirar dos três e contemplei e agradeci a vida que temos.
Senti que  foi um tempo precioso... (Mas agora estou muito cansadinha)

08 março, 2016

A 1ª ida ao Teatro

Este fim‑de‑semana as nossas crianças foram pela primeira vez ao Teatro. 
Quando soube que ia estar em cena a Branca de Neve e os 7 anões não pensei duas vezes. A Carminho conheceu a história na creche, canta a musica dos anões, diz que não gosta da rainha má e explora muitos detalhes da história.

A peça era para crianças do 1 aos 5 anos, foi numa sala pequena (mas muito composta) e os actores eram muitíssimo sensíveis. Ficámos na segunda fila e a Carminho assim que entrou quis colo. Depois quis sentar-se ao colo da mãe e abraçou-me virando as costas para os actores (a um passo de nós..). Não me surpreendeu. Ela já deu muitas provas de não ser muita destemida. Gosta de ver, de sentir segurança e só depois usufruir. Não pressionei nada. Fui lhe dando tempo, miminhos, foi começando a olhar, pouco a pouco e às tantas já estava virada para a frente a bater palmas. 

É incrível observarmos com atenção a reacção das crianças e pensarmos o que se passará na cabeça deles. Quando aparecia a rainha a Carminho manifestava-se sempre. Não gosta dela e não a quer ver. Tão pequenina e teve exactamente a mesma atitude que eu tenho em relação a partes de filmes que saiba que não vou gostar...
Estou desejosa de ir uma segunda vez para ela ganhar confiança. 
A programação vê-se aqui

02 março, 2016

A precisar de férias

Há dias em que precisava de parar o tempo e (re)organizar imensas coisas que se vão acumulando, atrapalhando e dificultando o nosso dia-a-dia.

Os dias têm 24 horas para todos mas não há dúvida que a gestão que cada um faz deste tempo é diferente!

Há pessoas muito rigorosas que conseguem tirar horas ao sono, e incluir mais e mais tarefas, que planeiam tudo ao pormenor, que autoimpõem prazos para terem os melhores níveis de eficiência possíveis.

Há pessoas que têm ajuda extra (familiar ou outra) e – principalmente, quando é familiar – têm um bem valiosíssimo.

Há quem tenha de se desenvencilhar sozinho e consegue fazer muito!

Acredito que em todos os perfis é possível ser se eficiente mas é indiscutível que todos enfrentamos níveis de dificuldade diferentes (e por isso, procuramos soluções/alternativas diferentes).

Também devido a estas particularidades, a motivação, disponibilidade, desembaraço e cortesia são diferentes de pessoa para pessoa. [Mais uma boa razão para não julgarmos os outros].

No meu caso, acho que em diferentes momentos toco todos os perfis. Mas o que me leva a pensar neste tema é que há muito tempo que não me permito estar sem fazer nada; apreciar o que me é dado a viver em cada momento; sentir a leveza de quem sabe não ser importante ter tudo sobre controlo...

No momento em que escrevo, sei que preciso de ir ao supermercado; preciso de comprar presentes (já em falta há alguns dias); organizar a roupa (muita!); preciso de cumprir a check list que tenho na agenda com coisas simples mas que não podem ser esquecidas e tratar de banhos, jantar e afins...

No momento em que escrevo, tenho a convicção de que quero ter inícios e finais de dia mais tranquilos e de que preciso sintonizar os meus horários, exigências e rotinas àquilo que é minha essência.