[Porque hoje preciso de reflectir sobre este texto]
A falsa sabedoria deste mundo, que na realidade é
loucura (1Cor 3,19), pronuncia-se sem compreender o que diz, considerando
bem-aventurados «os filhos do estrangeiro, cuja boca só diz mentiras, e cuja
direita jura falso», porque os celeiros deles «estão fornecidos com todas as
espécies, os seus rebanhos multiplicam-se aos milhares, em dezenas de milhares
os seus campos» (Sl 143,11-13). Mas todas estas riquezas são incertas, a paz
deles não é a paz (Jer 6,14), a alegria deles é estúpida. Pelo contrário, a
Sabedoria de Deus, o Filho por natureza, a mão direita do Pai, a boca que fala
verdade, proclama felizes os pobres, que estão destinados a ser reis do reino
eterno. Ele parece dizer: «Procurais a bem-aventurança, mas ela não se encontra
onde a procurais; correis, mas correis fora do caminho. Eis o caminho que
conduz à felicidade: a pobreza voluntária por minha causa, é esse o caminho. O
reino dos céus em Mim, eis a bem-aventurança. Correis muito, mas mal; quanto
mais depressa avançais, mais vos afastais da meta.»
Isaac da Estrela (?-c. 1171), monge cisterciense
Sermão 1, de Todos os Santos
Evangelho Quotidiano 06/06/16
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