Há
dias estive numa conferência com Laurinda Alves e agradeci cada minuto e
toda a logística que implicou sair de casa, numa sexta-feira à noite,
com chuva e muitas coisas por
fazer.
Foi uma hora muito bem passada onde, partindo de experiências pessoais e de um sentido de humor sereno e envolvente, foram partilhadas algumas dicas de
comportamento parental que embora sejam comummente aceites são como
highlights no nosso dia.
Já
não me recordo da totalidade nem sei se a ordem foi esta mas partilho
algumas das ideias que retive e que achei úteis para incorporar nos
nossos dias agitados em que nem sempre
dá para olharmos com atenção para as consequências dos nossos
movimentos.
✿ O
telefone / tablet deve ser colocado de parte quando estamos em casa e
apenas utilizado em situações estritamente necessárias. A comunicação
entre pais e filhos faz-se de afectos
e com atenção/dedicação. Quantas vezes não exageramos no uso das novas tecnologias?
✿ A
nossa casa deve estar aberta para os amigos dos nossos filhos. É em
conversas entre eles e entre a nossa vontade de estar perto que podemos
conhecer melhor as suas vidas e tê-los
em maior segurança. Não é preciso ser uma casa grande nem tornar essa decisão dispendiosa. É preciso vontade de sermos confiáveis aos olhos dos nossos filhos e dos seus amigos.
✿ Os
filhos não se comparam (muito menos na presença deles). O que também se
aplica quando os queremos motivar ... não devemos incentivá-los a fazer como faz o mano ou a
mana...
✿ O nosso exemplo é muitíssimo mais impactante do que os nossos conselhos.
No meu intimo ficaram exemplos cheios de generosidade como o esparguete à bolonhesa no dia em que os amigos iam almoçar à sua casa, as boleias, o resultado de sermos consistentes e a vontade de despertar os pais para esta sociedade que por tantos motivos exige que estejamos despertos.
Hoje o observador trouxe-me este artigo e recordei-me que faz-nos bem sair da nossa zona de conforto. Faz-nos bem dizer sim a propostas que tragam valor aos nossos dias.
Parece fácil demais? Só experimentando e vendo os resultados se percebe que é uma matemática infalível, tipo 2+2=4. Aprendi esta técnica de comunicação parental e confesso que tento cumpri-la, embora nem sempre seja fácil. Mais: aprendi com especialistas em matérias comportamentais que podemos até sublinhar estes pequenos gestos, acentuando o que pretendemos acentuar, que é a certeza de que nada nem ninguém é mais importante que os nossos filhos! Como? Dizendo expressamente e de forma que eles possam ouvir, qualquer coisa do tipo: “desculpe, mas agora tenho que desligar porque estou a chegar a casa e os meus filhos já estão à minha espera!”.
É fácil conferir tudo isto na prática, especialmente se formos coerentes e consistentes neste pequeno-grande gesto e nos mantivermos fiéis à promessa de resistir a trocar prioridades. Posso garantir (através da minha experiência e de muitos outros pais, casados ou separados) que passado pouco tempo os filhos mais pequenos estão a fazer muito menos birras e os mais crescidos estão mais capazes de ter conversas que só temos quando há tempo e disponibilidade para as ter.
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