08 novembro, 2016

Sim, é verdade. Gostava muito de ser vegetariana

Há largos anos que travo uma luta interior entre comer ou não comer animais.

Já estive um período curto sem comer carne nem peixe, percebi que estava a ser muito difícil e passei a comer peixe e depois aves. Mantive-me assim cerca de 5 anos. Quando engravidei e muito estranhamente apeteceu-me pão com fiambre. Nas duas gravidezes. Comecei a abrir excepções, comi vaca uma vez e francamente caiu-me muito mal e já comi enchidos e infelizmente caiu-me muito bem.
Ainda que possa acontecer, a vaca, o porco e o coelho são animais que depois de todo este processo não tenho gosto em comer.

As conversas que já tive sobre este tema são inúmeras e invariavelmente acabam com alguém a dizer-me que não vou mudar o mundo; que temos de comer (…), que os animais na selva também o fazem (…), que as plantas também são seres vivos (…), que não faz sentido comer uns e não comer outros (…). Tudo verdade.

Com os anos tenho aprendido que não pensamos todos da mesma forma (e ainda bem!) e há formas de tornar isto mais simples. Aprendi a defender-me com o ‘não aprecio’; ‘não me apetece’ ou a colocar mais acompanhantes no prato e menos carne. Aprendi que não tenho o direito de mudar as rotinas e as ementas dos meus pais e amigos pelas minhas preferências. Aprendi que há conversas que se poderão evitar ou se ter apenas com quem goste de filosofar sobre estes temas. Aprendi que o mais normal na sociedade atual é comer animais e que a mudança vai demorar a acontecer. Animais que sentem como os nossos cães e gatos mas que por infortúnio do destino, quis a sociedade que tivessem um fim diferente.
A inteligência do Homem tem conseguido feitos notáveis que tenho esperança que também chegue à industria alimentar..
Não vou mudar o mundo nem gosto de fundamentalismos. Cá em casa não se vai deixar de comer animais – até porque há quem não prescinda de um belo bife. Mas com muita humildade, paciência e pesquisa vou transmitir às minhas filhas aquilo que acho correto, sem apontares de dedo mas com um caminho lento e firme. Se Deus quiser, quando forem crescidas, poderão fazer escolhas mais leves e igualmente saborosas, sem o peso de só conhecerem pratos de carne e peixe (…).

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