22 outubro, 2015

Não ser mãe de um filho único

Estes dias tenho dado por mim a pensar nas diferenças (práticas) de ser filho único ou ter irmãos. No meu íntimo sempre tive pena de ser filha única.

A Carminho teve mimos e atenção plena durante dois anos - foi o centro de tudo!... Com dois bebés em casa a atenção vai ter de ser dividida (ou multiplicada...)... {e certamente que isso vai moldar muito as suas formas de ser}


- quando os dois querem colo ao mesmo tempo, temos de saber discernir qual precisa mais;



- quando estamos numa tarefa com um dos filhos (daquelas que são inadiáveis e que em princípio não se interrompem - como amamentar), temos de ser estratégicos e cativantes de forma a entreter a outra criança sem que tenhamos de interromper o que estamos a fazer {excepto quando o irmão mais velho se lembra de fazer um disparate tal que comprometa o bom ambiente à nossa volta - fazer xi-xi no chão da sala ou colocar-se de pé nas costas do sofá são dois bons exemplos - e que acontecem cá por casa};



- quando tentamos adormecer o mais pequenino à hora de jantar e não o podemos fazer de forma tranquila pois temos outro bebé que continua a fazer barulho e que precisa de jantar e dormir;



- durante a noite, se o bebé mais pequenino acorda porque quer mamar, apressamo-nos em calá-lo para não acordar o mano;


- se a um filho se pode comprar uma roupa mais cara, com dois já pensamos se não será melhor comprar uma mais económica para comprarmos a dobrar sem o peso de estarmos a gastar mais do que devíamos;



- se com um filho de 1 mês ficamos em casa a tentar protege-lo de tudo o que mexe, quando temos dois sabemos que é preciso acompanhar o mais velho a descobrir o mundo, e saímos logo nas primeiras semanas;



- como temos de nos repartir vezes e vezes sem conta (quando na verdade queríamos estar por inteiro com os dois), é fácil sentirmo-nos incapazes ...



No meio de diferenças e semelhanças, o que mais desejo é que as minhas meninas se sintam amadas e protegidas como eu sempre me senti e ainda mais completas por terem sempre com quem brincar, conversar multiplicar e dividir o que a vida lhes oferecer.